Amanhã (8/3), comemora-se o Dia Internacional da Mulher. No tocante ao agronegócio, e mais especificamente à pecuária, poderíamos destacar uma lista de exemplos do sucesso na participação feminina frente aos mais diversos negócios, desde seleções, prestação de serviços, empresas multinacionais até a representação política.
Em virtude da data, seria oportuno lembrar também casos históricos como o de Dona Fiúca, esposa do lendário Lamartine Mendes e que também se tornou a lendária pescadora às margens do Rio Grande, em Minas Gerais, depois de tanto servir ao zebu; e não poderíamos deixar de exaltar o talento de mulheres como a holandesa Marleen Felius, que retratou as raças indianas em telas à óleo como poucos artistas.
Esse é o contexto parcial da mulher na agropecuária. Embora, nas diretrizes do negócio como um todo, um olhar para dentro da história do setor possa nos revelar uma influência muito maior pelo dito sexo frágil do que a simples e fatídica busca pela ocupação de um espaço na sociedade contemporânea.
Um dos exemplos está na origem dos grandes rebanhos no Brasil, ou cabanhas no Sul, onde o que se vê documentado é:
1 - o homem – no caso, o pecuarista – era responsável pelos trabalhos além-sede;
2 - por questão de limitações da época, o homem permanecia muito tempo fora de casa;
3 - a mulher é quem cuidava dos afazeres domésticos e das pequenas criações;
4 - o rebanho vivia espalhado no pasto, mas os reprodutores (machos e fêmeas) próximos à sede;
5 - a mulher, pelo instinto da própria espécie, é quem identificava as melhores matrizes.
A constatação é que, numa época desprovida de maiores recursos científicos, habilidade materna era um dom muito melhor identificado por quem o tinha, do que por aquele que não dispunha naturalmente essa característica. Além disso, o trabalho do “olho” tem de ser feito desde outrora com paciência e apuro, algo muito mais pertinente a quem está em contato direto com os animais do que para aquele que vive à distância das crias.
Eis, então, um dos papéis mais importantes da mulher no contexto da pecuária brasileira. Uma conquista pela qual, talvez, ela nunca seja remunerada; uma qualidade que, talvez, ela continue eternamente guardando apenas para si, dentro da sua magnífica história, escondida atrás de um olhar, de maneira semelhante ao que faz com seus tantos outros segredos.
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